terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Big Bang


Sintaxe II


O universo teve realmente um começo?
A teoria do “big-bang” é realmente correta?
Essas não são perguntas, embora pareçam ser.
A sintaxe que exige começo, desenvolvimento
e término para a descrição de fatos é realmente a única que existe?
Essa é a questão real.
Existem outras sintaxes.
Existe uma, por exemplo, que indica a variação
de intensidade como um fato.
Nessa sintaxe nada tem um começo ou um fim;
desse modo, o nascimento não é algo claro e definido,
mas um tipo específico de intensidade,
do mesmo modo que o amadurecimento e a morte.
Um homem que use tal sintaxe, contemplando suas equações, descobre que
calculou suficientes variações de intensidade
e pode então dizer com autoridade
que o universo não teve um início
e não terá um fim,
mas que ele sempre existiu, existe e existirá
através de intermináveis flutuações de intensidade.
Tal homem pode muito bem concluir que o próprio universo
é a carruagem da intensidade
e que é possível abordá-la
para viajar por caminhos que modificam-se incessantemente.
Ele irá descobrir tudo isso, e muito mais,
talvez sem nunca perceber
que está simplesmente confirmando
a sintaxe de sua língua pátria.
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