quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Narciso: pirataria antropofágica.




Na pequena morte
ressucito o mundo estranho
da minha cabeça.
Sou mandarim no sonho da borboleta.
Vivo a realidade dos fatos
sem a memória acordada.

Nete próximo milênio
faço 15 bilhões de anos.
Ainda tenho na ponta do dedo
um átomo girando do big-bang.

A cobra, desesperada
com a falta dos braços,
abraçava Eva com o corpo inteiro.

Os avós peixes não se lembram
quando saíram da água.
Não há mais opostos:
real e imaginário,
passado e futuro,
vida e morte.

As palavras caíram
no lago global do esquecimento, 
a quântica relatividade dança conosco
no espaço curvo deste planeta redondo.

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