segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Matinta Perêra





Tal qual o Curipira, é um caboclinho que se transforma em tudo para fazer as suas maldades. Vira homem, vira mulher, vira bicho, vira árvore, vira flor, vira mundongos e balseiros, “vira latas” e vira a cabeça das criaturas que não atendem aos seus pedidos. Durante a noite ele se anuncia por meio de um assobio misterioso e difícil de ser localizado. É um chantagista. Por intermédio desse assobio, ele pede tabaco para seu taquarí que não tira do canto da boca. Ao primeiro assobio, as criaturas ingênuas, simples e crédulas, na sua doce ignorância, oferecem o tabaco pedido, rogando para que venha buscá-lo na próxima sexta-feira, esperando com isso, serem poupados de quaisquer malefícios. Visto que, segundo a lenda, ele gosta de pitar o fumo grosso do tabaco de rolo, nas noites sombrias, em que moureja no seu penar eterno, pelas encruzilhadas dos caminhos, carpindo o seu fadário derradeiro. E, segundo a crença geral, durante o dia ele se encanta numa avezinha parecida com o anum-branco, de cântico monótono e incomodativo que, em virtude de tais circunstâncias é mal-quista e indesejável. Tal avezinha tem o nome de Matintaperera na região amazônica e de Fenfém em outras. É uma ave salutar, pelos insetos e outros seres indesejáveis que devora.
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