terça-feira, 29 de março de 2011

A Iara


É uma donzela de cabelos longos e dourados, da cor das flores do pau-d'arco, que moreja nas margens dos grandes rios. O seu cântico balçamico inebria o viandante, que se deixa iludir pelo doce trinado, para desaparecer nas profundezas das águas. É uma espécie de sereia das águas-doces, que encanta as criaturas mas nunca se deixa apanhar por elas. Num colóquio, diz o filho embevecido à mãe estarrecida: “eu a vi, mãezinha, ela estava boiando em flor, como os nenúfares nas águas do igarapé. É linda, como a lua nas noites de luar. Seus cabelos tem a cor das flores do pau-d'arco e o brilho do sol ; suas faces tiram o rosado das penas da colhereira e das flores sa sapucaia. “Neste colóquio, diz a mãe alucinante: “Foge meu filho, tu viste a Iara. O seu canto é a agonia e de dentro dos seus olhos verdes te espia a morte. Foge enquanto é tempo”.

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