terça-feira, 26 de abril de 2011

Dois amantes no céu ( o nascimento da lua)



Quem conta a história são os Índios Parecis. Começa há muitos e muitos anos, quando não havia lua no céu, Mas havia uma menina, uma índiazinha, que enfrentava sua primeira menstruação à maneira dos Parecis: confinada no canto da oca, chamado "chiqueiro" - costume que dura até hoje. Lá pelas tantas, entra um homem e a possui. Na escuridão ela não vê quem é. Na noite seguinte ele volta. E outras mais...Decidida a identificar o amante, a índia pega tinta de jenipapo e, sem que ele perceba, esfrega no corpo do homem. Na manhã seguinte, ela pede que se organize um jogo na aldeia, com participação dos varões da tribo. Reúnem-se todos, menos um, por sinal o irmão da moça. A ausência vale por uma confissão. À noite, o rapaz a visita de novo e, envergonhado, admite: foi ele. Sente-se tão culpado que diz adeus à namorada e à aldeia. Tenta matar-se de todas as maneiras: pisa em cobras, encara onças, salta de precipícios...Mas tudo em vão. Indignada, a natureza recusa-se a matá-lo. O rapaz transforma-se então em outra pessoa e vai até a irmã, levando um peixinho. Ela acha lindo e pergunta aonde tem mais. "Vem comigo que eu te mostro", ele propõe. E ela vai. A natureza fica revoltada vendo os dois novamente juntos e investe contra eles. os espinhos desprendem-se das árvores e fincam-se na pele dos amantes. Os cipós tentam enforcá-los. Na fuga, eles sobem numa árvore alta, altíssima, da altura do céu. Quando chegam no topo, abraçam-se e soltam-se no espaço. E pronto: Eis a lua no céu. Até hoje, quando vêem as manchas escuras da lua, os Parecis dizem: é a tinta de jenipapo no corpo do amante. Related Posts Plugin for WordPress, Blogger... Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

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