quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A lenda do Guaraná



Contam os Índios Maués que em uma de suas aldeias, havia um casal cujo maior desejo era ter filhos. Como não conseguiam, viviam pedindo a Tupã que lhes desse tal felicidade. Suas súplicas comoveram o grande deus, e foram atendidos com o nascimento de um menino bonito, forte, e inteligente, que logo conquistou o carinho e a admiração da tribo. Mas essa grande afeição de todos pela criança, provocou a inveja de Jurupari, o espírito do mal, que resolveu matá-la. Para isso, transformou-se numa cobra venenosa e ficou a espera de uma
oportunidade para atacar o menino. Um dia, quando caminhava desacompanhado pela floresta, o indiozinho viu uma árvore carregada de frutos maduros e subiu nela para colhê-lhos. Jurupari então atacou, ferindo-o com um bote certeiro. Quando deram por falta da criança, os índios vasculharam as redondezas da aldeia à sua procura, até que a encontraram, caído junto à árvore, já sem vida. Toda tribo se reuniu em torno do menino morto e os gritos de desespero tomaram conta da floresta. De repente, as lamentações dos índios foram abafadas pelo ribombar de trovões e um raio rasgou os céus, caindo junto ao corpo do menino. Surpresos, os índios ouviram a mãe da criança dizer-lhes: "É um aviso de Tupã, que se compadeceu de nós. Ele disse para tirarmos os olhos do meu filho, plantá-los em terra firme e regá-los com nossas lágrimas durante quatro luas, pois dela nascerá a planta da vida, cujos frutos fortalecerão os jovens e revigorarão os velhos". Assim fizeram os pajés da tribo, e dos olhos do menino nasceu o Guaraná, com seus frutos de bagos negros, envolto de uma película que parecem olhos humanos.

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